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m.i.a. diz: repete roupa

  • Foto do escritor: melody erlea
    melody erlea
  • 30 de set. de 2020
  • 3 min de leitura

atenção à novidade! agora nossos textos sobre música vem acompanhados de uma playlist feita à mão pra embalar sua leitura! a playlist da m.i.a. tá bem aqui, corre pra seguir e ouvir!


tô desde março ensaiando falar do novo lançamento de m.i.a., a música ohmni que veio após um hiato de, o quê? uns três quatro anos?⁠


aí finalmente hoje consegui, com um empurrãozinho da newsletter semibreve, que é atualmente minha maior fonte das notícias do mundo da música (sem contar que dora guerra escreve nem demais, é tão delicioso ler), e que me trouxe hoje o lançamento do travis scott em parceria com young thug e m.i.a. - eu amei e não foi pouco:



⁠m.i.a. é dessas artistas muito complexas de entender porque tem um lado dela que é ermitão-ativista fiona-apple-style, e tem o outro lado dela, que é a performer, a show-woman, com figurinos mil de grifes loucamente inacessíveis e até tais grifes citadas meio ironicamente meio não em várias das músicas. tudo isso pra dizer que, oficialmente, m.i.a. tava aposentada da música - ainda mais depois do comentadíssimo documentário sobre si mesma que ela lançou em 2015.⁠


essa onda de celebridade lançando o próprio documentário é uma loucura que não vou nem entrar no mérito de começar a discutir, socorro, mas espera só o repete roupa deslanchar que vocês vão ainda, um dia, apreciar o grande MELZINHA-DOC, com todos os bafões secretos e picuinhas dos bastidores desse grande hub de pesquisa que é o RR (basicamente será um longa-metragem em que eu limpo cocô ou vômito da matilda em todas as cenas, bem AVANT GARDE).⁠

aposentadoria deve ser um negócio muito chato mesmo porque todo mundo que vai pra ela acaba voltando, e m.i.a já lançou a segunda música do ano, CTRL, no começo do mês em apoio a julian assange.


eu sei que a marca da m.i.a. é música aliada a ativismo, e eu, particularmente, sou fã tiete mesmo, acho ela gata estilosa talentosa foda tudo de bom TDB. mas sempre me pergunto quão verdadeiro é ativismo que move tanta grana e tanta mega corporação na indústria da música.


e nem só na indústria da música, né: em 2016 a cantora lançou a música o o clipe de "rewear it", cuja letra incentiva nossa geração a reutilizar nossas roupas ao invés de comprar novas. eu sou fãzona mesmo, acho a música ótima e o clipe bem caprichado (como costuma ser com a m.i.a.), mas acho que uma ironia tremenda que o clipe é uma parceria com a h&m pra celebrar a semana de reciclagem criada pela empresa.



tipo?????


é cada contradição nesse mundão de meusdeuz que não sei lidar direito. por um lado penso que quanto mais artista pop tiver por aí pregando a palavra do repetir roupa, melhor. por outro, precisava a h&m pagar pra m.i.a. fazer isso?


outra coisa: repara bem que no clipe ela repetiu o mesmo macacão que tinha usado em outro vídeo incrível, da canção borders.



belo exemplo, achei lindo (até porque não existe um único item que vista o corpo de m.i.a. que eu não idolatre), mas pensando na vida real aqui, não lembro de m.i.a. reciclando seus luquinhos, não. lembro de muito visu lacração - basicamente todos (inclusive esse aqui que ela usou no começo do ano pra ser incluída como membro do império britânico por seus serviços na música). mas fora o macacão dos dois clipes não posso dizer que m.i.a. é aquela celebridade que a gente aplaude porque ela versatiliza tanto o armário dela.



mas de qualquer jeito, sempre bom tê-la por perto, né?

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