lembranças de férias de inverno outonais

(o último dia das férias de julho é sempre conflitante - como sabiamente disse minha vizinha que também é professora na mesma escola que eu, só tem férias quem tem emprego. mas ter férias também dá aquele gostinho de liberdade, de ritmo desacelerado, de conseguir alternar entre pequenos projetos pessoais & ócio & tarefas adultas sem tanta pressão, sem tanta pressa, sem a constante engrenagem da produtividade capitalista controlando nosso tempo e, putz, que dá uma vontade de ficar assim pra sempre, ô se dá. no caso de quem, como eu, trabalha em escola, tem também uma questão de ser tudo muito súbito - ao contrário de janeiro, quando voltamos com calma, com dias de planejamento, reuniões, um certo tempo pra organizar as ideias e convencer o cérebro pós-ferias de que, calma, tá tudo bem; a transição julho/agosto é abrupta, é de supetão, não tem isso de colocar a pontinha do pé pra testas as águas, é mergulho profundo, tchau).

💫dos diários de melzinha, 4/dez/2013:

considerações sobre férias de verão

- a vida não é um filme. férias de verão não são férias de verão de filme. ainda que lembranças de férias de verão passadas te façam achar que férias de verão podem ser como um filme, lembranças não são reproduções fiéis das suas férias de verão passadas. crie suas férias de verão todo ano do zero, não se apegue aos verões de anos anteriores. cada verão é um verão. você é uma você diferente em cada verão. viva o que você é nesse verão, não o que você foi no verão passado.

- crie uma trilha sonora relevante e pertinente. se você precisa de uma trilha sonora downers para o verão, aceite isso. embrace you inner downers, mesmo no verão.

- ter projetos é importante. poucas tristezas são mais vãs do que a tristeza de fim de férias em que nada foi alcançado. projetos não precisam ser grandes ou valiosos, precisam ser seus.💫

(onze anos depois, acho que essas considerações seguem valendo, inclusive pras férias de inverno)