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evan dando, a voz da melancolia doce noventista

  • Foto do escritor: melody erlea
    melody erlea
  • 12 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura

em 2003 meu about me do orkut era BABY I'M BORED, em homenagem ao disco solo de mesmo nome que evan dando, fundador e vocalista da banda lemonheads, tinha acabado de lançar. esse about me indie me descolou paqueras&beijos de rapazes que me acharam descolada simplesmente por saber quem evan dando era.


eu tinha conhecido lemonheads um ou dois anos antes, em algum blog que eu acompanhava na época, e a versão de mrs robinson e o hit confetti [he kinda shoulda sorta woulda loved her if he could have, essa letra me pegava DE UM JEITO], estavam em alta rotação nos meus mp3 recém baixados.


eu só precisei dar uma olhada no evan dando, seu cabelo comprido meio cobrindo a cara, seu jeitão fofo e tímido e descolado, seu estilo meio grunge, meio desencanado, pra me apaixonar de leve. ouvir o disco it's a shame about ray todo e me deixar levar pela melancolia doce, contida e ingênua daquelas músicas só contribuiu ainda mais pra minha paixonite.


o disco de 1992, que é o 5o álbum de estúdio do lemonheads mas o 1o a alcançar sucesso internacional, acabou de ser relançado em versão remasterizada, com várias faixas bonus, entre versões ao vivo e demos. foi esse disco que elevou evan dando ao status de sex symbol indie-grunge, surfando numa onda que alguns meses antes o nirvana tinha estreiado com o sucesso do disco nevermind e a certeza de que o ~rock alternativo~ havia encontrado seu lugar no mainstream.


dando meio que era uma versão mais palatável de cobain - a carinha de anjo, o cabelo desgrenhado mas loiro e sedoso, a vibe anti-sistema de um jovem que tá apenas querendo viver sua vida e fazer sua arte em paz - só que com aparentemente menos drogas, menos polêmicas, menos escandalo, e menos um suicídio prematuro. rapidamente ele virou um poster-boy indie, aparecendo sem camisa em capas de revista e chamando atenção por onde passava - ele chegou a fazer uma ponta no filme reality bites, de 1994, com winona ryder, ethan hawke e ben stiller.


só que dando mal queria ser porta voz da sua própria banda (que era apenas ele mesmo tocando com outros músicos que variaram muito ao longo de toda a carreira do lemonheads), que dirá o garoto propaganda da sexualidade indie - pra divulgar o álbum seguinte, come on feel, de 1994, ele raspou o cabelo e fez questão de deixar claro: a maneira que a mídia escolhia retratar a ele e sua banda não tinha nada a ver com como ele mesmo enxergava seu trabalho artístico.


hoje, pra celebrar o relançamento do álbum it's a shame about ray, separei essa apresentação da banda tocando o single homônimo no david leterrman, em 1993:





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